Índices das Incorporadoras

Índices das Incorporadoras

Notícia publicada no jornal Valor Econômico no link: http://www.valor.com.br/empresas/3321194/balancos-das-incorporadoras-nao-seguem-tendencia#ixzz2jcmITT6M

Contribuição de Vinicius Rodrigues

Notícia:

A Tecnisa abre, hoje, a temporada de divulgação de balanços das incorporadoras de capital aberto. Mais uma vez, analistas esperam resultados heterogêneos por parte das maiores empresas do setor listadas em bolsa. A expectativa é que a Cyrela Brazil Realty apresente o melhor desempenho referente ao período de julho a setembro.

A Cyrela apresentará lucro líquido de R$ 182,05 milhões, conforme a média das estimativas de BTG Pactual, Deutsche Bank Securities, Itaú BBA e J.P. Morgan. A cifra representa alta de 21% ante o lucro obtido no terceiro trimestre do ano passado. Na comparação dos dois intervalos, a receita líquida da maior incorporadora de capital aberto terá queda de 5,7%, para R$ 1,35 bilhão.

Analistas destacam as margens e a forte geração de caixa esperada para a Cyrela. O Itaú BBA projeta margem bruta para a companhia de 32%, em linha com o segundo trimestre. Na avaliação do J.P. Morgan, a Cyrela irá reportar a maior margem Ebitda do setor no trimestre, de 21%, e terá fluxo de caixa livre de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões. O Deutsche projeta geração de caixa de R$ 100 milhões pela Cyrela, e o BTG, de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões.

Em relação à MRV Engenharia, a média das estimativas de BTG, Deutsche, Itaú BBA e JP Morgan indica queda de 6% no lucro do terceiro trimestre na comparação anual, para R$ 141,73 milhões. A receita líquida terá retração de 2%, conforme a média das projeções, para R$ 1,12 bilhão. O BTG espera 7% de aumento da receita líquida ante o segundo trimestre, na esteira de vendas contratadas fortes, parcialmente compensadas por provável aumento dos distratos.

No lado operacional, o Itaú BBA estima que a MRV irá apresentar outro desempenho consistente, beneficiada pela relação ainda apertada entre oferta e demanda no programa Minha Casa, Minha Vida. A margem bruta deve ter recuperação frente a um primeiro semestre fraco, segundo o BTG. O J.P. Morgan estima margem Ebitda para a MRV próxima a 19% e fluxo de caixa livre ao redor de R$ 40 milhões. Já o Deutsche espera geração de caixa das operações da MRV de cerca de R$ 130 milhões.

Para a Gafisa, as projeções das quatro instituições financeiras vão de prejuízo de R$ 12 milhões a lucro de R$ 8,2 milhões, ante o valor positivo de R$ 4,84 milhões de julho a setembro de 2012. A média das estimativas indica receita líquida de R$ 599,93 milhões, com queda de 44%. Conforme o J.P. Morgan, o prejuízo projetado resulta de margens fracas e elevada alavancagem.

No mercado, há expectativa que o balanço da empresa continue a refletir o impacto dos cancelamentos de vendas e das margens comprimidas dos projetos antigos das divisões Gafisa e Tenda. No lado positivo, o BTG estima que o fluxo de caixa da Gafisa voltará a ser positivo, em torno de R$ 50 milhões.

A média das projeções de BTG Pactual, Deutsche, Itaú BBA e J.P. Morgan aponta que a PDG Realty teve prejuízo de R$ 66,43 milhões no terceiro trimestre, ante o lucro de R$ 27 milhões no mesmo intervalo de 2012. Conforme a média das estimativas, a receita líquida foi de R$ 1,083 bilhão no trimestre, com queda de 30%.

O cancelamento de projetos considerados não estratégicos afetará os resultados da PDG, segundo o mercado. Há expectativa que empresa tenha continuado a consumir caixa. O Deutsche espera que a PDG tenha queimado caixa de R$ 300 milhões. O Itaú BBA estima alta de 59% nos lançamentos da incorporadora ante o terceiro trimestre de 2012, para R$ 468 milhões e queda de 14% nas vendas contratadas, para R$ 663 milhões.

Os resultados da Rossi Residencial também irão apresentar piora, segundo a média das projeções das quatro instituições financeiras, ainda que se espere que a última linha do balanço seja positiva. A média das estimativas aponta queda de 59% no lucro líquido da empresa no terceiro trimestre, para R$ 7,73 milhões e redução de 9% na receita líquida, para R$ 655,78 milhões.

A Rossi deve apresentar lançamentos fracos, de acordo com o J.P. Morgan, pois a empresa não está focada em crescimento. Já o Itaú BBA projeta elevação do Valor Geral de Vendas (VGV) lançado no trimestre, para R$ 627 milhões, e alta das vendas, para R$ 444 milhões, devido ao aumento dos lançamentos e da comercialização de unidades prontas com desconto. Em relação ao fluxo de caixa, o BTG diz esperar valor levemente positivo, e o Deutsche, de R$ 10 milhões.

No caso da Brookfield Incorporações, tanto o BTG Pactual quanto o Itaú BBA projetam prejuízo, ante o lucro líquido de R$ 31 milhões do terceiro trimestre do ano passado. O Itaú BBA estima que a Brookfield tenha lançado R$ 90 milhões no trimestre, 85% abaixo do intervalo de julho a setembro de 2012, e vendas de R$ 709 milhões, com queda de 1%. Na projeção do BTG, as margens da Brookfield pioraram ante o mesmo período do ano passado, pressionadas pelas recentes revisões de orçamento, e o fluxo de caixa ainda está negativo.

Já a Tecnisa, que teve prejuízo de R$ 56,46 milhões no terceiro trimestre do ano passado, voltará a ter lucro, conforme o BTG Pactual e o Itaú BBA. Nos cálculos das instituições, a receita líquida da Tecnisa vai crescer ante os R$ 377 milhões de julho a setembro de 2012. O BTG espera outro trimestre de resultados fortes para a Tecnisa, com o Jardim das Perdizes impulsionando margens.

Comentários:

  • quais os índices parecem ser os mais relevantes para as incorporadoras?
  • qual te parece ser a empresa em melhor situação no momento presente?
  • que outro indicador ou documento financeiro poderia ajudar nessa análise?

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